quinta-feira, 7 de abril de 2011

Desintegração

Eu tenho o coração cheio de coisas para dizer... E a minha voz, se eu acaso falasse, teria a força de uma revelação. Meu espírito palpita ao ritmo desordenado e aflito de asas prisioneiras que se dilaceraram na arrancada impossível da libertação e da altura. Minhas mãos tremem ainda ao contato imaterial, sub-humano e fugitivo de qualquer coisa além e acima deste mundo... Adormeceu para sempre no fundo dos meus olhos a saudade de paisagens estranhas e longínquas, que nunca, nunca mais voltarão neste tempo e neste espaço. Doem meus olhos. Tremem, ansiosas, as minhas mãos. Meu espírito palpita! Tenho o coração cheio de coisas para dizer... Eu estou vivo, Senhor! mas, em verdade, é como se estivesse morto. (Abgar Renault)

Nenhum comentário:

Postar um comentário