segunda-feira, 25 de julho de 2011

O amor


"Estou a amar-te

como o frio corta os lábios.

A arrancar a raiz

ao mais diminuto dos rios.

A inundar-te de facas,

de saliva esperma lume.

Estou a rodear de agulhas

a boca mais vulnerável

A marcar sobre os teus flancos

o itinerário da espuma

Assim é o amor:

mortal e navegável"


(Eugênio de Andrade)

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