terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Xadrez

Inesperado era aquele pacote. Curto, seco. Somente com o nome dela escrito de um lado do papel pardo.

Desfez com cuidado o pacote. Dentro havia uma caixinha de madeira de formato pequeno. Na caixa havia um lacre manual, que usando uma das mãos se quebraria de maneira fácil.

Ela ficou receosa ao abri-lo, não que tivesse medo do contéudo, mas tudo já era tão inesperado. Fechou os olhos, abriu a caixa. Viva sobre suas mãos, demorou a olhar seu conteúdo.

Dentro havia uma unica peça, um rei, também feito de madeira. Retirando-o com cuidado, pode notar que embaixo havia também um manuscrito, dobrado diversas vezes para se encaixar lá dentro.

Retirou o papel cautelosamente, leu as poucas palavras dentro dele. “Eu cesso o jogo, derrubo meu rei, tiro-o do tabuleiro deixando em suas mãos. Nessa guerra combatida pelo meu amor e seu desprezo, perdi. E parto agora sem demora, sem uma nota para dizer adeus.”

As lágrimas invadiram seu rosto, não pela forma furtiva como ele fora embora. Mas ela sabia de alguma forma que todos seus amores seriam assim, um eterno jogo arredio de finais descontentes e perdas incotestáveis.
(Thiago)

Nenhum comentário:

Postar um comentário