quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Não quero sonhar


"Não quero sonhar,
A dor é uma realidade falsa,
uma aparição desaparecida
que insiste em assombrar.
Viro Lua no adeus ao Sol,
Pálida, fria, solitária
Triste e encantada
nas noites insanas...

Não quero sonhar,
Crio raízes de realidade
para impedir que se fechem as janelas
numa casa onde a solidão reina,
cada escada é uma melodiosa tortura
a cada passo profundo na escuridão.

Não quero sonhar,
Falsas expectativas que fazem desmoronar paredes,
Barreiras invisíveis da minha salvação.
A cada sopro de sanidade
Abandonam-me, desprotegendo-me
na nudez pura de toda a magnificência da tua beleza.

Não quero sonhar,
Não quero virar Lua nem dizer adeus ao Sol,
Não quero caminhar pelas escadas da minha casa
onde os muros há muito desmoronaram,
onde não existe nem saída nem entrada,
onde apenas tu existes como figura falsa,
como reflexo inexistente,
como aparição desaparecida...

Quero-te tocar,
quero-te chamar,
mas não ouves ou não queres chegar,
não me vês ou não existes,
és a dor da falsa realidade do meu sonho.
Quero-te tocar, não te quero sonhar."

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